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quarta-feira, 9 de março de 2011

[games] Microsoft e a difícil missão de cativar o mercado japonês

Xbox 360


Obter um mau desempenho no gigantesco mercado japonês de videogames. Esse é o problema que a Microsoft, produtora do Xbox 360, enfrenta desde que aceitou o desafio de competir mundialmente com Sony e Nintendo pela liderança na venda de consoles. No ano de 2010, enquanto o Nintendo Wii e o Playstation 3 venderam no arquipélago mais de 1,5 milhões de unidades cada (com mínima vantagem para a turma do Mario), o Xbox 360 não conseguiu obter nem a marca de 250 mil unidades vendidas. A situação se torna mais complicada quando se nota que os portáteis de Sony (PSP) e Nintendo (DS) venderam 2,7 milhões de unidades cada (agora com mínima vantagem para a Sony) enquanto a Microsoft sequer possui um concorrente para os portáteis japoneses.

Alguns fatores são essenciais na compreensão da dificuldade que os americanos enfrentam. Primeiramente, Nintendo e Sony já estão muito bem consolidados em seus mercados nacionais, já contam com décadas de know-how e experiência com o público japonês (este, específico e distinto de qualquer outro mercado no mundo), não deixando muito espaço para a Microsoft, que ainda está aprendendo como se atua no setor e sabe que os japoneses não se acomodarão.

Outros fatores são os próprios potenciais usuários japoneses que indicam. O Xbox 360 foi considerado no Japão como muito grande, caro e barulhento. É importante ressaltar que espaço é a coisa mais cara que existe no Japão, e eles não querem uma espaçonave barulhenta ocupando 1/3 do quarto. Além disso, o Xbox 360 é tido como um hardware para games hardcore, como Halo. Isso funciona nos mercados americano e europeu, onde o público-alvo são jogadores homens na faixa dos 25-30 anos, mas não no Japão onde há muitas crianças e mulheres entre os consumidores, que preferem o conceito de diversão do Wii ou a variedade do PS3. Para piorar a situação, a estratégia de comunicação da Microsoft no Japão foi péssima e desgastou a marca com o consumidor local.

Comparação do modelo antigo com o slim

Não dá para negar que eles estão tentando. Lançaram mais J-RPG's (rpg japonês, importante para fidelizar usuários nipônicos) do que seus concorrentes japoneses e trouxeram duas inovações tecnológicas no segundo semestre de 2010: A versão slim da plataforma, menor, mais leve, mais seguro, mais eficiente (-17% no consumo de eletricidade) e menos barulhenta. Além do esperado Kinect, sistema de câmera que reconhece gestos e vozes, eliminando a necessidade do joystick.

Os resultados já indicam o fracasso das tentativas e certa miopia de negócios. O Kinect exige espaço para ser usado, coisa que nem japonês rico tem, logo, não atraiu o público e só foi comprado por quem já era dono de um Xbox 360 (a ideia era alavancar as vendas do console). Segundo, os japoneses não ficam em casa na maior parte do dia, mesmo as crianças, logo, ignorar os portáteis no Japão é ignorar características do mercado. Enquanto a Microsoft acumula tropeços  e esforços financeiros no mercado japonês, está deixando de investir no ainda mais importante mercado europeu, onde a Sony é muito forte, mas a Microsoft sabe o que e como fazer pela liderança.

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