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segunda-feira, 14 de março de 2011

[games] Sony x Nintendo - um olhar administrativo

Estudantes de marketing tendem a superestimar a importância dele nas decisões empresariais sobre determinado produto. É importante observar os produtos com um olhar mais amplo, levando em consideração outros fatores, entre eles, o administrativo e a engenharia.  Sony e Nintendo não fixaram posicionamentos diferentes para seus consoles apenas porque cada um tinha uma opinião sobre o mercado.
A Sony, em seu tradicional modelo, optou por fazer um hardware extremamente sofisticado sob a estrela da tecnologia blu-ray, plataforma esta adequada para jogos mais complexos e maduros, integrando no PS3 essa tecnologia que ela desenvolveu junto com a Panasonic com interesses muito mais amplos do que o uso em videogames (para citar um, ter seu modelo como padrão escolhido para suceder o DVD). Essa tecnologia era muito cara e, inicialmente, a Sony gastava mais de 800 dólares para produzir cada console, vendido no varejo entre 500 e 600 dólares, o que significa que os japoneses subsidiavam até 300 dólares por unidade vendida. A idéia era baratear custos com melhorias na produção e lucrar com a venda de jogos, não com a venda da plataforma.
A Nintendo, ao contrário, entrou na disputa da sétima geração com um console da sexta, oferecendo um hardware certamente inferior, mas prometendo algo diferente, a diversão descompromissada para um número maior de jogadores. A Nintendo optou por lucrar inclusive com a venda do console. Cada Wii vendido na Europa rendia 79 dólares à Nintendo, enquanto cada PS3 vendido no mesmo mercado onerava em 300 dólares o caixa da Sony. O Wii, com isso e com sua proposta, domina o mercado desde que foi lançado e mais importante, é rentável em todas as formas.


Elefante branco?


A Sony obteve prejuízos homéricos, perdendo mais de três bilhões de dólares (tudo o que havia ganhado em cinco anos com o sucesso do PS2, o console mais vendido da história).  Hoje ela já cobre o custo do PS3, mas ainda não consegue lucrar com o hardware.  Também lucra menos percentualmente que a Nintendo com venda de jogos, pois é dona de menos franquias. O medo é que o investimento feito não seja recuperado, já que o PS3 segue muito caro e sua real capacidade inexplorada pelos softwares. Especialistas brincam que o PS3 é o PS4 prematuro. A sétima geração é dominada pela Nintendo.
A questão deve ser analisada no médio-longo prazo. Hoje o PS3 acumula prejuízo e vê a Nintendo voar, mas quando Wii e o Xbox 360 já estiverem obsoletos, o PS3 ainda estará a pleno vapor, tendo pelo menos mais 10 anos de vida útil.  O que os concorrentes trarão de novidade no futuro?  O PS3 conseguirá pagar a conta do seu lançamento precipitado via otimização da produção e venda de jogos populares? Muitos cravam a opção da Nintendo em lucrar com a venda dos consoles e diminuir custos de P&D como acertada, inclusive a alta gestão da Sony, mas o futuro pode ser mais otimista para o precocemente apelidado “elefante branco” do conglomerado japonês.

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